sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

ÁGUAS DO RIO AGE FORA DA REALIDADE | EDIÇÃO 2131 | 03-02-2023


  É difícil entender o trabalho de algum modo opressivo da empresa Águas do Rio que assumiu o lugar da Cedae na distribuição de água na Ilha do Governador. São diversas as reclamações contra a empresa na colocação de novos hidrômetros em substituição aos antigos equipamentos, obra que é realizada muitas vezes de modo inesperado, sem consentimento e aviso ao morador.  

  Imagine a cena, alguém que sai de manhã para o trabalho, chega à noite e vê que a sua calçada está arrebentada – algumas vezes na saída da garagem –, devido às obras para colocação do novo hidrômetro. Outra cena é o morador – responsável pela conservação da sua calçada –, em casa e percebe o início da escavação, mas não permite. Ele, segundo os relatos de alguns casos que chegaram à redação, poderá arcar com multas e o constrangimento de até ter a sua água cortada. 

  É assim que uma empresa que presta um dos mais importantes serviços públicos para a população deve tratar a população? Não bastam os problemas existentes e os que ficaram marcados na população pela recente pandemia, que trouxe desemprego, falências e acabou muitas milhares de famílias dizimadas pela Covid-19? 

  Atualmente muitas empresas da Ilha também relatam a cobrança estratosférica das contas de água. Situação que forçou o fechamento de algumas atividades como estratégia de gestão para estancar prejuízos e estudar meios que possibilitem harmonizar custos, avaliando receitas e despesas, onde a conta d’água passou a desequilibrar, coincidentemente logo após a empresa Águas do Rio ter assumido os serviços no setor. 

  Acho que diante de tempos tão difíceis, quando todos nós, trabalhadores e empresas deveríamos ter uma maior capacidade de adequação à nova realidade preços e serviços – considerando realidade complicada do momento –, é preciso sensibilidade de gestão, sobretudo quando a empresa “vende” água, produto essencial à vida humana e ao funcionamento de todas as atividades.