terça-feira, 27 de maio de 2014

Morar na Ilha é um privilégio


             Morar e trabalhar na Ilha é o que muita gente gostaria de fazer e poucos são os privilegiados. Apesar de todos os problemas, buracos nas ruas e a loucura das kombis, não tem preço ficar por aqui e evitar os congestionamentos e transtornos que a rotina do Rio de Janeiro impõe aos seus moradores. É assim também, ou pior, em São Paulo e outras grandes cidades que ainda não dispõe de transporte público de massa como em Nova Iorque, Paris, Londres, Tóquio e Berlim cujos metrôs e trens, além de pontuais, dão conta do recado. 
              Quem tem a obrigação de trabalhar fora da Ilha sente na pele os sacrifícios dentro dos ônibus lotados, vans descontroladas e barcas que além de velhas tem horários incompatíveis com as necessidades e demandas. A mobilidade urbana, palavra da moda, não existe na prática e a população de todos os bairros do Rio sofre pela  lentidão como as autoridades agem e, sobretudo pela incapacidade pública de encontrar soluções para os problemas gerados pelo aumento da população e a multiplicação de carros nas ruas.
              Não acho tão difícil melhorar a rotina dos insulanos que trabalham fora. Colocar barcas novas e velozes a cada 30 minutos, das 6h da manhã até às 24h, sem interrupção e uma boa frota de ônibus frescão direto para a Zona Sul são soluções óbvias. Acho que para ir à Barra e outros bairros da zona norte, o BRT da Transcarioca vai resolver, embora o desconforto da baldeação na Estação do Fundão. Certamente existem outras soluções para transportar a população da Ilha com dignidade e conforto. O exercício da cidadania pressupõe garantias de ir e vir em condições que deveriam ser muito melhores do que as concessões atualmente autorizadas. Falta fiscalizar e agir de modo sério.

joserichard.ilha@gmail.com

domingo, 18 de maio de 2014

Mobilidade ficou no Fundão

              
              Qual o legado para a Ilha do Governador com a realização da Copa?  Essa pergunta seria desnecessária se não tivéssemos criado muitas expectativas principalmente com relação à mobilidade da população. Porta de entrada do Rio de Janeiro, a Ilha deveria ter recebido investimentos para proporcionar melhores acessos e facilidades para deslocamentos em direção ao Centro e as outras regiões da cidade. O aproveitamento dos trajetos marítimos para transporte de passageiros com embarcações modernas, já deveria ter saído do papel e ter pelo menos um projeto pronto. Mas, a única obra visível é a Transcarioca cuja estação para atender os moradores da Ilha está sendo construída lá no Fundão. Ainda desconheço as razões que levaram a Prefeitura a modificar o projeto inicial, riscando do mapa a Estação da Ilha que seria construída na Estrada do Galeão, nas imediações do antigo posto de GNV.
               Imagino que aos moradores da Ilha vai sobrar o desconforto diante do fechamento da Estrada do Galeão a cada deslocamento de comitivas com equipes de futebol ou autoridades internacionais que chegarem ao Brasil. E como vai chegar muita gente, haja paciência no trânsito.
Espero que a Copa seja um sucesso. Que o Brasil seja campeão e os investimentos tragam o retorno que os mais otimistas projetam. O sofrimento da população com obras e congestionamentos por todo lado da cidade se justificam pela expectativa de melhor mobilidade no futuro, que se reflete diretamente na qualidade de vida perdida no tempo gasto nos engarrafamentos. Depois da Copa, começamos a pensar nas Olimpíadas cujos jogos serão todos realizados no Rio de Janeiro. O Brasil que lutou para ter essa Copa agora precisa mostrar ao mundo um grande espetáculo.  Do contrário terá sido um tiro no próprio pé.

joserichard.ilha@gmail.com

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Paralisação foi contra o cidadão carioca

Os pontos de ônibus ficaram lotados e a população sofreu mais uma vez

              Essa paralisação dos rodoviários que provocou um caos na cidade, na quinta-feira (8), foi desastrosa para o Rio de Janeiro e para a população. Na verdade, todo mundo foi pego de surpresa com o tamanho da mobilização com piquetes e bloqueio de vias importantes em diversas regiões da cidade. Foi uma greve planejada para prejudicar a população e usar o transtorno causado ao povo como moeda de negociação para exigir aumento salarial. A questão salarial pode ser justa, porque os motoristas trabalham muitas vezes em condições sub-humanas, enfrentado uma rotina de congestionamentos, assaltos e fazendo dupla função quando são obrigados a dirigir e cobrar. Mas foi injusta porque nada disso justifica transformar a vida do carioca num inferno. 
              A maioria dos passageiros dos ônibus só ficou sabendo da paralisação quando chegou nos pontos e encontrou longas filas e uma multidão de pessoas nervosas e inquietas, todas reféns da atitude radical de um grupo que atropelou as decisões do próprio sindicato da categoria. Esse grupo contou com o apoio de uma grande estrutura e logística para impedir o funcionamento da cidade. Além disso, foram egoístas e sabiam que suas ações prejudicariam incalculável número de inocentes que dependiam de uma consulta médica marcada nesse dia, de estudantes que perderam aulas e pessoas que contavam com os ônibus para cumprir, em muitos casos, obrigações profissionais inadiáveis. Todos nós perdemos oportunidades que nunca mais teremos. Foi injusto! 
              A população não merece ficar refém de vândalos que apedrejaram centenas de ônibus, cujo prejuízo deverá sentido no desconforto da falta de frota nos dias seguintes.

joserichard.ilha@gmail.com

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Manifestos sem controle




Fim das UPPs só interessa aos marginais

               Grupos de manifestantes estão agindo por toda cidade. Surgem do nada. Inexplicavelmente queimam pneus, ônibus e outros veículos para protestar contra mortes de inocentes ou traficantes, gerando mais perigo quando resolvem enfrentar a polícia e provocam tiroteios, que muitas vezes matam mais pessoas inocentes. Esses conflitos tendem a piorar. Não existem mais parâmetros de ética e disciplina na política e em muitas atividades profissionais, onde vale a "lei de Gerson", aquela em que predomina levar vantagem sempre, mesmo enganando, ludibriando ou passando o outro para trás sem falar no roubo. 
              Por outro lado, os congestionamentos em toda cidade contribuem para irritar a população de todas as classes, que sofrem nos trens, ônibus e nos carros onde são submetidas a um ingrediente extra, que é o risco de assaltos. Onde isso vai parar ninguém sabe, mas é óbvio que o cenário é muito ruim para os próximos meses. Esse caso da refinaria de Pasadena, empresa onde a Petrobras jogou pelo ralo cerca de 1 bilhão, é combustível para alimentar explosões sociais caóticas e imprevisíveis. Aqueles que vivem à sombra das “bolsas de vantagens”, que os governos oferecem como esmola, e aos “invasores de carteirinha”, cuja existência deve-se a uma estratégia dos que insistem em se manter no poder a qualquer custo e conservar o voto no cabresto na ignorância. O problema é que perderam o controle em razão da existência de lideranças independentes, nascidas do caos, cujo objetivo é a anarquia para proveito próprio e que agride a maioria da população trabalhadora. Agora vai dar trabalho desconstruir esse atraso social. 
              Pobre Brasil!!!

joserichard.ilha@gmail.com

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Dar infraestrutura para as comunidades é essencial para formar cidadãos melhores

Nas comunidades, falta: água, saneamento, saúde, educação...
Priorizar ações nas favelas é respeitar as famílias que moram lá

           Em todas essas questões de desigualdades sociais, acredito que o começo para resolver é a responsabilidade inarredável do poder que deveria dar prioridade para a infraestrutura das comunidades. Junto a isso, deveriam proporcionar condições verdadeiras para acesso à saúde e educação. Tendo onde dormir com dignidade, instituições sérias para dar apoio no combate às doenças e contando com escolas públicas com ensino de qualidade, cresce a autoestima do indivíduo e surge um novo cidadão.
           Nas comunidades, a vida é dura e não conta com todos os serviços e a infraestrutura que outros bairros recebem do poder público. Quantas vezes leio no Ilha Notícias queixas de moradores da Ilha reclamando, com absoluta razão, do tratamento desigual entre um bairro e outro. A prioridade dos serviços públicos deveria ser dirigida à região mais pobre. Aonde falta mais é o alvo onde a prioridade do poder deve chegar primeiro. Estamos todos no mesmo barco e não é agradável viver onde vizinhos sofrem dificuldades para ter uma vida normal. Nosso vizinho bem e feliz nos faz pessoas melhores. Priorizar o apoio às comunidades fará as diferenças diminuírem. É o caso, por exemplo, de acabar com esse sistema de cotas que nos faz diferentes. A vida naturalmente vai beneficiar os mais aplicados que serão diferentes no mérito.
           O ensino público deveria ser obrigatório de verdade e com incentivos. É preciso mudar a cultura das bolsas, que hoje premiam muitos desocupados e aproveitadores de plantão. Só famílias cujos filhos são assíduos na escola teriam direito a privilégios nos programas sociais do poder. Também é necessário repensar a educação como fábrica de cidadãos, cuja mente passa a aprender a valorizar a família, ter dignidade e respeito às instituições. Vamos chegar lá!

joserichard.ilha@gmail.com