Temo pela segurança dos ciclistas que se aventuram pelas chamadas “ciclovias” pintadas recentemente em diversas ruas da Ilha. Algumas em cima de calçadas e outras nas laterais de ruas movimentas, e de mão dupla.
Em Porto Alegre, há alguns anos, perdi um dos meus melhores amigos, atropelado por um carro quando praticava ciclismo junto com um grupo de atletas experientes. Acho excelente a ideia de criar áreas reservadas para ciclistas, mas é preciso, em primeiro lugar, pensar na vida dos praticantes desse saudável lazer. Na Zona Sul existem dois lugares onde os ciclistas pedalam com bastante tranquilidade e cujos trajetos são seguros, como é o caso do entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas e o calçadão da orla que vai do Leme ao Leblon. Lá a encrenca é entre ciclistas e pedestres e os eventuais acidentes ficam restritos a pequenos ferimentos e arranhões. Todavia, na Ilha do Governador, em alguns trechos, a solução está longe de oferecer um mínimo de segurança aos nossos ciclistas. Segundo alguns deles, que escreveram ao Ilha Notícias, até a tinta vermelha usada para sinalizar a preferência para os ciclistas, é escorregadia nos dias de chuva, fato que multiplica os riscos, que somada aos buracos e ralos que existem junto ao meio fio, tornam as ciclovias da Ilha mais perigosas. Trafegar pelos cantos das ruas movimentadas, de mão dupla, espremido entre caminhões e ônibus não deve ser uma aventura muito tranquila até para o mais experiente dos ciclistas.
Confesso que estou muito preocupado com todos os ciclistas, sobretudo as crianças e os idosos. É muita coragem das autoridades buscar espaços onde não há, como é o caso da Praia da Bica. É muita coragem e não faz sentido determinar espaços preferencias para ciclistas em ruas onde muitos motoristas de vans, ônibus, caminhões e carros de passeio dirigem agressivamente e não respeitam as leis de trânsito. Tenho medo dessa coragem.
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