sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Serra x Dilma : impressões do primeiro debate do segundo turno


  O primeiro debate do segundo turno das eleições de 2010, entre os candidatos à presidência da república, promovido pela TV Bandeirantes, na noite do último dia 10, foi decepcionante. A cada resposta defensiva dos candidatos eu ficava imaginando a oportunidade que, por exemplo, o velho Brizola teria para imobilizar o adversário. Vi mais fraquezas do que virtudes nos dois. Temas importantes como Copa do Mundo e Olimpíadas, que podem ajudar a alavancar o país internacionalmente, ficaram de fora do debate. No lugar disso, tanto Dilma como Serra insistiram em trocar acusações cujo resultado, na cabeça do eleitor indeciso, é de que os dois têm razão e, com isso, acabam perdendo votos preciosos nesta eleição cujo resultado é imprevisível.
Só para falar da nossa paróquia, garanto que um debate que reunisse Cesar Maia, Garotinho e Sérgio Cabral teria muito mais contribuição para a cabeça do eleitor do que os de Dilma e Serra, pisando em ovos nas acusações e respostas. Se os dois não dispõem de provas de assuntos demolidores é melhor que tratassem de elevar o nível do debate falando de assuntos que verdadeiramente interessam aos brasileiros. Como não vi os debates do primeiro turno, agora entendo porque o candidato do Psol, Plínio de Arruda, fez algum sucesso na mídia, apesar de inexpressivo politicamente. Os dois protagonistas que estavam com ele, e passaram para o segundo turno, não emocionam o eleitor.
Durante o debate, quando Dilma foi um pouco mais contudente nas críticas e todos esperavam uma reação indignada de Serra, ele simplesmente reclamou que a candidata usava uma velha estratégia do PT de denunciar as privatizações do governo Fernando Henrique. Serra reclamou disso umas três vezes e perdeu tempo que poderia ser aproveitado para ser veemente e eletrizar os telespectadores. Mas para isso falta talento, coragem e sobretudo condições para dominar o próprio emocional na frente das câmeras. Confesso que estou decepcionado com o resultado do debate. Domingo tem mais na Rede Tv. Torço para que os dois se superem e eu fique na dúvida de quem é o melhor. Acho difícil, mas quem sabe?
 

joserichard.ilha@gmail.com

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O efeito das eleições na Ilha


O resultado das eleições dos candidatos a cargos proporcionais para candidatos cujo domicílio é a Ilha do Governador, só registrou uma novidade: a eleição do delegado Zaqueu Teixeira, para deputado estadual. Ele se tornou mais conhecido como secretário de segurança no tempo da governadora Benedita da Silva. Zaqueu mora na Ribeira e obteve apenas 842 votos na Ilha. Os votos que o elegeram vieram de fora, principalmente do município de Queimados, cidade onde goza de muito prestígio e já foi candidato a prefeito em 2008. A reeleição da deputada Graça Pereira (que atualmente mora na Barra) já era esperada. O GCE que ela fundou há cerca de 30 anos é uma máquina de votos. As dezenas de milhares de pessoas de comunidades que durante esse tempo foram atendidas na instituição certamente ainda são reconhecidas à Graça, como mostram os mais de 29 mil votos conseguidos na Ilha.
Os outros 27 candidatos da Ilha não foram eleitos. Jimmy Pereira contou com o forte apoio da mãe, mas o vereador Jorge Pereira preferiu apoiar Rodrigo Maia e Jimmy ficou como segundo suplente na sua coligação. Com um cenário político sem mudanças na região, as questões mais graves da Ilha vão depender da eventual pressão popular ou da boa vontade dos governos. É o que acontece quando os eleitores não prestigiam os candidatos da região. No interior do estado, existem muitas cidades, cuja população é menor que na Ilha, mas os habitantes elegem representantes para a Assembleia Legislativa e Câmara Federal, num exemplo que até nas pequenas regiões é possível e necessário ter representatividade política. Sem lideranças políticas fortes, cidades e regiões ficam à margem das principais decisões e eventuais investimentos, que são direcionados naturalmente pelos parlamentares para as suas regiões. É normal que isso aconteça.
A partir de novembro as cabeças políticas começam a focar 2012 com as eleições para prefeito e vereadores. Para prefeito devem concorrer o atual, Eduardo Paes, Garotinho, Cesar Maia ou Índio da Costa, Wagner Montes e outros. Até lá!


joserichard.ilha@gmail.com