A Ilha do Governador já foi um das regiões mais seguras da cidade. Os moradores não viviam tensos como hoje e não precisavam evitar alguns trajetos menos movimentados. Infelizmente isso faz parte de um passado, não tão distante, e que ainda está na mente dos moradores mais antigos. Nossa região sempre foi considerada um dos lugares mais seguros do Rio para morar.
Todavia, com o aumento da população, que hoje beira 300 mil pessoas, infelizmente a Ilha se tornou um lugar onde a violência cresceu e crimes que não eram praticados aqui estão sendo comuns, como os assaltos a moradores em ruas pouco movimentadas, praticados por motoqueiros, alguns inclusive fingindo serem entregadores de delivery. Eles agem sorrateiramente e levam valores e celulares das vítimas que são abordadas de surpresa.
Nos últimos tempos, o comércio também passou a ser alvo mais intenso dos bandidos cujas ações criminosas não têm um padrão. Durante essa semana, e em horários diversos, bandidos foram flagrados por vídeos que podem até ajudar na identificação dos criminosos, mas o trauma e a revolta pela covardia das perdas de bens e valores, muitas vezes destinados a pagar contas e funcionários de pequenos negócios, ficam marcados na alma das vítimas, por causa do momento difícil que todos nós enfrentamos para sobreviver e lutar contra uma pandemia que nos tornou muito frágeis econômica e emocionalmente.
É possível entender o agravamento das ações criminosas considerando o crescimento desproporcional da bandidagem em comparação às forças policiais. Enquanto nos últimos anos as organizações criminosas aumentaram geometricamente seus integrantes, em contrapartida, as polícias civil e militar tiveram reduzidas drasticamente a quantidade de agentes e oficiais. Para ter uma ideia, quando o quartel da PM da Ilha foi criando em 1970, tinha uma tropa de cerca de 1100 agentes e hoje total não chega a 250.
As ações dos agentes policiais são de verdadeiros heróis, diante do desiquilíbrio entre as forças do bem e do mal. Portanto, é importante que os moradores e empresários passem a exagerar nas medidas da segurança individual e patrimonial. É o mundo em que estamos vivendo. Esses covardes e inservíveis agem nas sombras e no nosso descuido. É inacreditável alguém planejar e agir para roubar o fruto do trabalho de outra pessoa.
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